Em sono profundo

No segundo dia um dos médicos entra em meu quarto e me
chama.
- Acorde Eliana, acorde!
Com muita dificuldade abri um pouco os meus olhos, mas voltava a dormir. Provavelmente ele estava tentando identificar quais reações haviam em mim.
Não sei exatamente se esta reação se dava pelo efeito da medicação, mas também não conseguia interagir com ninguém.
Minha família recebia dezenas de ligações durante todo o dia por parte de amigos e familiares que desejavam insistentemente me visitar, mas seguindo orientações médicas e regras da UTI ninguém teve acesso a mim, exceto alguns dos meus familiares que se revezavam no hospital, como verdadeiros sentinelas aguardando alguma notícia por parte dos médicos.
Muitas das ligações consistiam em palavras de ânimo, motivação e fé para meus familiares. Algumas dessas pessoas compartilhavam das experiências que conheciam sobre o AVC e diversas histórias de superação chegaram até nós, porém eu continuava em OFF, desacordada.
Os minutos pareciam horas na angustia de uma reação minha.
Este foi o segundo dia após o AVC.